Especialista fala sobre os transtornos alimentares
- dialogoce
- há 3 dias
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Um em cada cinco, entre 6 e 18 anos, apresenta algum tipo de distúrbio alimentar, de acordo com uma pesquisa internacional realizada em 16 países.

Cerca de 70 milhões de pessoas no mundo convivem com algum transtorno alimentar, segundo estimativa da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP). No Brasil, uma em cada 20 pessoas enfrenta a doença. Entre os jovens, a situação é ainda mais preocupante: um em cada cinco, entre 6 e 18 anos, apresenta algum tipo de distúrbio alimentar, de acordo com uma pesquisa internacional realizada em 16 países. No caso das meninas e mulheres, esse índice chega a um terço.
Para o nutricionista Abelardo Moreira Lima, coordenador do curso de Nutrição do Centro Universitário Estácio do Ceará, os transtornos alimentares são condições psiquiátricas que alteram o comportamento alimentar e a relação da pessoa com a comida. Os mais comuns são a anorexia nervosa, a bulimia nervosa e a compulsão alimentar.
“Em todos esses transtornos, encontramos uma relação conflituosa com a alimentação. Há uma preocupação excessiva com o peso ou uma dificuldade de controle na quantidade de alimentos ingeridos, o que torna a relação com a comida algo adoecido”, explica o professor.
O especialista destaca o papel negativo que as redes sociais desempenham na construção de padrões estéticos inatingíveis, especialmente entre os jovens.
“Nas redes sociais, vemos pessoas com aparência extremamente produzida, magreza acentuada, corpos fora da realidade da maioria da população. Isso leva muitos a restringirem a alimentação ou a desenvolverem culpa ao comer, o que pode gerar transtornos sérios”, alerta.
Sinais como autoimagem distorcida, preocupação excessiva com o peso, eliminação de alimentos, pular refeições, ou mesmo episódios de ingestão exagerada de comida podem indicar a presença de um transtorno. “Ficar se pesando frequentemente ou comer sempre além da saciedade, sem controle, também são sinais de alerta”, ressalta.
O tratamento, segundo o nutricionista, deve ser multidisciplinar, envolvendo nutricionista, psiquiatra, psicólogo e, em alguns casos, o uso de medicação.
“O acompanhamento nutricional ajuda a resgatar uma relação saudável com a comida e a compreender que uma alimentação equilibrada não significa necessariamente ganhar peso. É preciso também entender qual o peso adequado para cada biotipo, sem comparações irreais”, finaliza.
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