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Especialista fala sobre a campanha Setembro Amarelo

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    dialogoce
  • há 53 minutos
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Criada em 2015 no Brasil pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM), a mobilização tem como objetivo ampliar o debate sobre saúde mental, reduzir estigmas e orientar a sociedade sobre a importância de reconhecer sinais de sofrimento emocional. 

Foto: Divulgação
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Setembro é o mês marcado pela campanha Setembro Amarelo, dedicada à prevenção do suicídio e à valorização da vida. Criada em 2015 no Brasil pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM), a mobilização tem como objetivo ampliar o debate sobre saúde mental, reduzir estigmas e orientar a sociedade sobre a importância de reconhecer sinais de sofrimento emocional. 


De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 800 mil pessoas morrem por suicídio todos os anos no mundo, sendo essa uma das principais causas de morte entre jovens de 15 a 29 anos. No Brasil, o Ministério da Saúde registra, em média, 14 mil casos por ano.  


Para Roseli Filizatti, professora do curso de Psicologia da Wyden, falar sobre suicídio é um passo essencial na prevenção. “A psicologia entende que o sofrimento psíquico intenso pode levar a pessoa a acreditar que não há saída. Por isso, quando abrimos espaço para a escuta e oferecemos apoio, ampliamos as possibilidades de cuidado e de ressignificação da vida”. 


O olhar da psicologia sobre o suicídio 


A psicologia reconhece o suicídio como um fenômeno multifatorial, ou seja, não existe uma causa única. Ele está relacionado a uma combinação de aspectos biológicos, psicológicos e sociais. Entre os fatores de risco mais observados estão: 


Transtornos mentais como depressão, transtorno bipolar e abuso de substâncias; 

Histórico de tentativas anteriores, que aumenta significativamente o risco; 

Vivências traumáticas e situações de violência; 

Fatores sociais, como isolamento, desemprego e dificuldades econômicas. 

 

“É importante lembrar que, embora fatores de risco existam, eles não determinam o comportamento suicida. A rede de apoio, o acompanhamento psicológico e o acesso a serviços de saúde mental são recursos protetivos que podem salvar vidas”, explica a professora Roseli. 


A prevenção também passa pela promoção da saúde mental no cotidiano. A psicologia enfatiza a importância do autocuidado (como sono regular, lazer, exercício físico e vínculos saudáveis), mas também aponta a necessidade de políticas públicas de acolhimento e do fortalecimento das redes comunitárias. 


Principais sinais de alerta 

Isolamento social repentino;  

Alterações significativas no sono ou no apetite;  

Perda de interesse por atividades antes prazerosas;  

Expressões frequentes de desesperança ou inutilidade;  

Comentários sobre morte ou desejo de desaparecer. 

 

“Identificar os sinais é um passo importante, mas o mais essencial é não minimizar o sofrimento do outro. Escutar sem julgamentos e encaminhar para ajuda especializada são gestos que podem fazer toda a diferença”, reforça a docente da Wyden.  


Como buscar ajuda 


Procurar atendimento psicológico ou psiquiátrico;

Conversar com pessoas de confiança e ativar a rede de apoio;

Em momentos de crise, ligar para o CVV (Centro de Valorização da Vida) pelo 188, disponível gratuitamente 24h por dia;

Em casos de risco iminente, acionar imediatamente serviços de emergência, como o SAMU (192). 


Para Roseli, a campanha Setembro Amarelo é um convite para quebrar tabus e promover uma cultura de cuidado coletivo. “A prevenção ao suicídio começa quando enxergamos a saúde mental como parte essencial da vida. É preciso ensinar, desde cedo, que pedir ajuda é sinal de força e que todos nós podemos ser agentes de apoio na vida de alguém”.

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