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Junho Laranja: IJF lança campanha contra queimaduras

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Somente em 2024, o Centro de Queimados do IJF registrou mais de 250 atendimentos por mês, sendo a maioria ocasionada por líquidos quentes.

Fotos: Marcos Moura
Fotos: Marcos Moura

O Hospital Instituto Dr. José Frota (IJF) lançou, nesta sexta-feira (6), Dia Nacional de Luta Contra Queimaduras, a campanha anual Junho Laranja, dedicada à conscientização, prevenção e cuidado com esse tipo de ocorrência. Somente em 2024, o Centro de Queimados do IJF registrou mais de 250 atendimentos por mês, sendo a maioria ocasionada por líquidos quentes.


Durante todo o mês, o hospital intensifica a divulgação de orientações sobre os riscos das queimaduras, como destacou o diretor do Centro de Queimados e Cirurgia Plástica do IJF, Breno Pessoa.


“É muito importante que as pessoas tenham acesso a essas dicas de prevenção para evitar acidentes que podem, muitas vezes, comprometer não só a aparência física, mas também causar danos reais à saúde. Junho é um mês com maior incidência de casos, tanto pelas festas juninas quanto pela proximidade do período de férias escolares”, explicou Breno.


Este ano, o tema central da campanha Junho Laranja é a violência contra a mulher, buscando ampliar o debate sobre as queimaduras provocadas intencionalmente em casos de violência doméstica. A assistente social Karina Tenório detalhou como é feito o acolhimento no IJF.


“Assim que elas chegam, o primeiro atendimento é médico e, depois, vêm até a gente. No início, algumas já relatam a agressão; outras vão se abrindo aos poucos, durante o período de internação. Procuramos oferecer um acolhimento o mais humanizado possível, porque é um momento de muita fragilidade para elas, especialmente quando a agressão envolve fogo, que geralmente atinge o rosto. Isso impacta diretamente a autoestima da mulher e o psicológico”, explicou. 


Segundo Karina, todas as orientações sobre como fazer a denúncia de violência doméstica são repassadas ainda no hospital. “Informamos sobre os direitos da mulher vítima de violência, perguntamos se deseja registrar boletim de ocorrência e explicamos todos os encaminhamentos possíveis. Elaboramos relatórios e encaminhamentos para o Centro de Referência de Assistência Social, para a Casa da Mulher Brasileira e notificamos, mesmo em casos de suspeita, o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde”.


A cozinheira Conceição Santos é uma das pacientes atendidas pelo IJF com queimaduras. Ela transportava uma sopa quente em um carro de aplicativo quando o acidente aconteceu.


“Na hora que a sopa caiu na minha perna, senti uma dor muito forte. Uma dor queimando, que a gente nem sabe explicar. Tive que andar mais uns dez minutos com a sopa quente em cima de mim, porque estava de Uber. Quando cheguei na casa para onde estava indo, fui direto pro banheiro e comecei a lavar com água gelada. Mas, olha, é horrível mesmo, uma dor que não dá pra descrever”, contou.


“Só vim ao hospital na manhã seguinte. Quando cheguei aqui, fizeram a lavagem e tiraram toda a pele com bolhas grandes. O atendimento foi maravilhoso. Hoje voltei para fazer o curativo novamente. Estou em repouso total. Só de andar um pouco já começa a latejar, porque foi na coxa”.


Já a agricultora Aynnes Araújo, que mora em Redenção, é mãe da pequena Maria Agatha, de um ano e quatro meses. A bebê sofreu uma queimadura de segundo grau ao encostar o pé em uma infusão de alfavaca que estava perto da cama. O encaminhamento para o IJF foi imediato.


“Ela estava doentinha e eu fiz uma infusão de alfavaca que tinha colhido, colocando perto da cama. Quando virei as costas para armar a rede, ela se levantou. Acho que desceu com o pé esquerdo e acabou encostando. Foi muito rápido. Fui direto para o hospital, que nos encaminhou para cá. Passamos 15 dias internadas e a queimadura acabou evoluindo para terceiro grau. Felizmente, ela está bem melhor agora, já anda, e estamos vindo apenas para os retornos”.


Breno Pessoa informou quais são os primeiros cuidados que uma pessoa deve fazer logo após sofrer uma queimadura. “A prevenção ainda é o principal caminho para evitar acidentes. Cerca de 80% dos casos acontecem dentro de casa. A maioria das queimaduras que atendemos aqui é provocada por líquidos quentes. Muitas vezes é a mãe cozinhando, colocando café na garrafa ou manuseando óleo quente, e a criança acaba sendo atingida”, explicou um dos profissionais do hospital”.


“O principal fator para minimizar as sequelas de uma queimadura é o resfriamento imediato da área afetada. A recomendação é utilizar água limpa e fria, jamais gelo, pois também pode causar queimaduras. Se a pessoa queimar a mão, por exemplo, o ideal é colocá-la debaixo de água corrente fria ou usar panos limpos e frios sobre a região. Em hipótese alguma se deve usar gelo, pois ele pode agravar o ferimento”, explicou Breno.

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