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Estudos revelam que a desinformação vem abaixando o número de vacinas por covid

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    dialogoce
  • há 20 horas
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A pesquisa “Impacto das Fake news sobre vacinação na mortalidade por Covid-19: uma análise epidemiológica no Brasil”, publicada na Revista de Enfermagem da UFPI, analisou dados entre janeiro de 2021 e dezembro de 2022, identificando uma correlação significativa entre a circulação de fake news sobre vacinas e a mortalidade por Covid-19 no Brasil.

Foto: Imagem da Internet
Foto: Imagem da Internet

Enquanto o Brasil enfrenta uma baixa adesão à vacina contra a gripe, com apenas 41% do público prioritário imunizado, e o mundo observa uma preocupante redução na vacinação infantil contra doenças graves, um estudo inédito realizado por pesquisadores da Universidade Estadual do Ceará (Uece) reforça o impacto da desinformação nesse cenário.


A pesquisa “Impacto das Fake news sobre vacinação na mortalidade por Covid-19: uma análise epidemiológica no Brasil”, publicada na Revista de Enfermagem da UFPI, analisou dados entre janeiro de 2021 e dezembro de 2022, identificando uma correlação significativa entre a circulação de fake news sobre vacinas e a mortalidade por Covid-19 no Brasil. “Isso quer dizer que, nos meses em que mais circularam fake news sobre vacinas, também foram registrados mais óbitos pela doença no Brasil e, à medida que diminuíram as fake news, as mortes também diminuiram”, explica a autora principal do artigo, Adriana Rodrigues.


Embora a hesitação vacinal não seja provocada exclusivamente pela desinformação, o estudo mostra que a propagação de notícias falsas pode comprometer a decisão da população quanto à vacinação, agravando quadros clínicos e levando, inclusive, à morte. “Outros estudos já apontavam os impactos das fake news na vacinação, mas este é o primeiro que estabelece uma correlação direta entre desinformação e mortalidade”, ressalta a professora da Uece e orientadora da pesquisa, Thereza Magalhães.


Para a análise, os dados foram coletados nas plataformas do Ministério da Saúde e das agências de checagem Lupa e Aos Fatos. Segundo Adriana Rodrigues, os resultados revelam o quanto a desinformação pode comprometer a saúde pública. “Isso mostra que as fake news impactaram negativamente a saúde coletiva, influenciando decisões individuais e fragilizando a confiança nas medidas de prevenção, entre elas, a vacinação.”


A pesquisadora também expressa preocupação com o momento atual. “Já circulam fake news que associam a vacina da gripe a mortes no Rio de Janeiro ou que afirmam que ela reduz a expectativa de vida. A baixa adesão da população neste momento pode ser uma consequência direta dessas falsas informações.”


Outra conclusão do estudo aponta que a cobertura vacinal, por si só, não apresentou correlação estatisticamente significativa com a mortalidade, sugerindo a necessidade de investigar outros fatores que possam estar influenciando esses resultados.


Diante dos achados, os autores reforçam a urgência em combater a desinformação e investir em estratégias de comunicação que promovam a confiança na ciência e nas instituições de saúde. O estudo também destaca a importância de políticas públicas voltadas ao enfrentamento das fake news e ao incentivo à adesão às campanhas de vacinação, fundamentais para prevenir surtos de doenças evitáveis.


Além de Adriana Rodrigues e de Thereza Magalhães, assinam também o estudo o coorientador, professor Thiago Garces, Roberta Duarte Maia Barakat, Sara Raquel de Melo Ferreira, Naara Régia Pinheiro Cavalcante e Virna Ribeiro Feitosa Cestari, vinculados ao Grupo de Pesquisa Epidemiologia, Cuidado em Cronicidades e Enfermagem (Grupecce).


O artigo é derivado de dissertação de Mestrado da autora principal, pelo Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (PPSAC/Uece).


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