Especialista fala sobre os temas abordados na série "Adolescência"
- Lucas Sousa
- há 4 dias
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A série explora o impacto dessa acusação na vida da família e aborda questões como masculinidade tóxica e bullying.

A minissérie “Adolescência” chegou no catálogo da Netflix em março e até hoje vem rendendo debates sobre os temas, que são abordados nela. As temáticas são debatidas por pais, educadores e especialistas e a sociedade.
“Adolescência” conta a história de Jamie Miller, um adolecente de 13 anos que é acusado de assassinar uma colega de escola. A série explora o impacto dessa acusação na vida da família e aborda questões como masculinidade tóxica e bullying.
Wesley Ramos, psicólogo e coordenador do Serviço de Psicologia do Hospital de Saúde Mental do Ceará, relata que a escola tem um papel fundamental na prevençao do bullying. “A intervenção eficaz começa com a criação de um ambiente escolar seguro, acolhedor e baseado no respeito. Isso envolve a implantação de programas de educação socioemocional, formação continuada dos profissionais da educação, visto que são os profissionais que estão na ponta e são os protagonistas desse processo, tanto na identificação precoce dos sinais como na condução dos casos, uma vez que é bastante comum que os jovens, sobretudo adolescente criem laços afeto com os professores, além disso, o estabelecimento de canais seguros para que os alunos possam relatar situações de violência. Ademais, é importante que a escola atue de forma articulada com as famílias e com a rede de saúde e assistência social, quando necessário.”
O psicólogo também fala que os pais devem ter uma conversa sem julgamentos com os adolescentes. “O diálogo com adolescentes exige escuta genuína, empatia e ausência de julgamentos. Os pais precisam estar emocionalmente disponíveis, criando um espaço seguro para que seus filhos possam expressar dúvidas, sentimentos e inseguranças. É importante lembrar que autoridade não precisa ser autoritarismo, o equilíbrio entre firmeza e afeto é essencial.”
"Os transtornos emocionais na adolescência nem sempre são facilmente percebidos, pois essa fase já é, por si só, marcada por mudanças intensas. No entanto, alguns sinais devem ser observados com atenção: alterações bruscas de humor, isolamento social, queda no rendimento escolar, irritabilidade excessiva, distúrbios do sono ou do apetite, automutilações, uso de substâncias ou expressões frequentes de desesperança e desmotivação." Completa o coordenador do serviço de psicologia do HSM.
Vale ressaltar que no Brasil, segundo o relatório Situação Mundial da Infância 2021, estima-se que quase um em cada seis meninas e meninos entre 10 e 19 anos de idade no Brasil viva com algum transtorno mental, parcela mais exposta ao risco de automutilações, depressão e suicídio.
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